Comparações inadequadas, dizendo que estamos atrasados na vacinação da população, espalham desinformação
O início da vacinação pelo mundo encheu a todos com a esperança de dias melhores. Aqui no Brasil, mesmo com a escalada no número de casos de covid-19, sabemos que quanto mais pessoas forem imunizadas, mais força terá o nosso combate ao vírus e mais rápida acontecerá a recuperação de todo o país.
Em meio a esta guerra em que nos encontramos, existem aqueles que realizam comparações inadequadas, dizendo que estamos atrasados na vacinação da população e espalham desinformação em uma tentativa de menosprezar o trabalho realizado pelo Governo Federal, até aqui.
Respondendo aos ‘especialistas’ que dizem que o país está atrasado, vamos analisar alguns dados. Segundo o projeto “Our World in Data”, da Universidade de Oxford, o Brasil é o quinto que mais vacinou em todo o mundo, estando apenas atrás dos Estados Unidos, China, Índia e Reino Unido, todos esses com empresas produtoras de imunizantes instaladas em seus territórios. Pensando na proporção de doses aplicadas por habitante, ainda estamos na frente dos chineses e dos indianos.
Alguns replicarão citando o ritmo de Israel, que tem o maior percentual de vacinados do mundo. É necessário lembrar que o estado judaico tem um território muito menor do que a maioria dos estados brasileiros (só é maior que Sergipe e Distrito Federal). O Brasil tem dimensões continentais, o que por si só já dificulta a logística e o tempo necessário para vacinar a todos.
Além disso, o país israelense tem uma população de quase 9 milhões. Se convertêssemos para número de doses, esse montante não seria capaz de vacinar nem a população da cidade de São Paulo, que tem mais de 12 milhões de habitantes. Destaco ainda que, segundo os últimos dados do consórcio de veículos de imprensa antes do fechamento desta coluna, o nosso país já aplicou 13.754.193 de doses, o que seria suficiente para imunizar toda Israel.
Há ainda os que defendem a compra de doses pelos municípios e empresas, o que, na minha avaliação, provocaria uma perigosa corrida pela vacina. Cabe aos governos federal e estaduais a aquisição, mantendo a ordem e evitando uma disputa que aumentaria o preço dos imunizantes no mercado.
Em um momento como este que vivemos, devemos informar a população sobre a realidade, não criando paralelos que demonstram apenas parcialidade e superficialidade. Tivemos falhas, como a não realização do acordo com a Pfizer no ano passado, que traria ainda mais doses ao nosso país, mas o Governo Federal segue trabalhando para proteger a população e promover a retomada da economia o mais breve possível.
Matéria Original: Diário do Litoral