Há 90 anos, a população da Baixada Santista já sonhava com a construção de uma ponte que ligaria as duas margens do Porto de Santos
Há 90 anos, a população da Baixada Santista já sonhava com a construção de uma ponte que ligaria as duas margens do Porto de Santos. O primeiro projeto da obra, que vai facilitar a mobilidade entre Santos e Guarujá, tem 92 anos. Os anos passaram, a ponte não saiu do papel, mas o assunto nunca saiu de pauta. E é muito fácil entender o porquê. O deslocamento entre as duas cidades, hoje, é feito pelas balsas e pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni, em um trajeto de 45 quilômetros, com pedágio. Quando a estrutura estiver pronta, bastarão 7,5 quilômetros para atravessar de uma margem à outra.
A concessionária Ecovias, que será a responsável pelo custeio e execução, estima que a obra custe R$ 2,9 bilhões. Como contrapartida, o governo estenderá o contrato de concessão para exploração do Sistema Anchieta-Imigrantes. O projeto, em fase de aprovação na Artesp e licenciamento ambiental, prevê que a ponte terá cerca de 7,5 quilômetros de extensão, com início na entrada de Santos, no Km 64 da Via Anchieta, e término próximo ao acesso à Ilha Barnabé, na Área Continental de Santos, perto da praça de pedágio de Guarujá, no Km 250 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
Se tudo correr conforme o planejado, a Secretaria Estadual de Logística e Transportes e a concessionária devem ter o aval para começar a obra no fim de 2019, e a estrutura demorará três anos para ficar pronta.
Os benefícios para a Baixada Santista são incalculáveis. A obra é fundamental para eliminar um dos maiores gargalos logísticos do Estado de São Paulo, melhorando o acesso, aumentando a capacidade de circulação de bens e facilitando a chegada das cargas ao Porto. Outro benefício está na geração de empregos diretos e indiretos.
A integração entre as cidades de Santos e Guarujá será facilitada, e a ponte poderá ser uma opção de mobilidade urbana, somada ao sistema de balsas. Segundo a concessionária, a operação de tráfego de navios também vai melhorar devido à menor frequência das balsas.
Contudo, é necessário ficarmos atentos à histórica “política de inauguração” e evitar um possível presente de grego para a nossa população. Para isso, é fundamental que os estudos sejam feitos de forma minuciosa, para garantir que essa construção não impacte as operações do Porto de Santos e do aeroporto de Guarujá, uma vez que a ponte pode limitar o calado marítimo e aéreo. Caso seja comprovado algum prejuízo com essa obra, outras alternativas devem ser analisadas, como a construção do túnel submerso.
Vamos acompanhar de perto o projeto, e é importante que ele siga toda a legislação vigente, inclusive a ambiental, para garantir que o progresso venha de forma a melhorar a qualidade de vida dos moradores da região, preservando também o meio ambiente.
Enquanto a obra não fica pronta, nosso mandato seguirá fiscalizando o transporte da região. O sistema de travessia de balsas está sucateado, conforme o próprio secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, admitiu, durante uma reunião da Comissão de Transportes e Comunicações da Alesp. Segundo ele, há embarcações da década de 1950 ainda em operação. E isso causa inúmeros transtornos para os moradores da Baixada Santista, que sofrem diariamente com a lentidão e atrasos.
Vamos atuar de forma incansável para trazer melhorias e viabilizar o desenvolvimento da Baixada Santista.