Língua portuguesa é um patrimônio cultural que marca a identidade do nosso povo
Em novembro, protocolei na Alesp um projeto de lei para proteger e valorizar o uso da norma culta da língua portuguesa. Em um momento que repercute nas redes sociais e na imprensa a chamada “linguagem neutra”, devemos evitar que nosso maior patrimônio vire refém de grupos extremistas minoritários que não se sentem representados pelos pronomes masculino e feminino. Mais que isso, eles se baseiam em infinitas possibilidades de gênero não existentes para defender a ideia de mudança no nosso idioma.
Imagine que a forma de falar do célebre personagem do grupo “Os Trapalhões”, o Mussum, deixe de ser apenas uma piada e seja inserida nos nossos dicionários, livros, nas instituições de ensino público e privadas e nos concursos públicos. É praticamente isso que a “linguagem neutra” defende.
O exemplo está no Colégio Franco Brasileiro, no Rio de Janeiro, que anunciou que adotaria a mudança numa circular enviada aos estudantes em que a expressão “queridos alunos” era substituída por “querides alunes”.
Ferindo as regras gramaticais, os extremistas que defendem essa ideia alegam que a mudança anularia as diferenças e diminuiria o preconceito, quando, na verdade o que aconteceria seria uma enorme confusão causada na alfabetização das pessoas, na linguagem inclusiva de deficientes visuais e nos gastos desnecessários que teríamos para mudar e adequar a norma culta por todo o nosso país, ainda mais em um momento em que vivenciamos uma enorme crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus.
O meu projeto de lei tem objetivo de proibir o uso de novas formas de flexão de gênero em currículos escolares de instituições de ensino e em editais de bancas examinadoras de seleções e concursos públicos. Obrigar a sociedade a usar pronomes associados às ideias contra as quais ela se opõe, apenas por motivos ideológicos, não é apenas opressão: é uma inconstitucionalidade gritante!
O meu projeto prevê ainda que a Secretaria de Estado da Educação empreenda todos os meios necessários para a valorização da Língua Portuguesa culta em suas políticas educacionais e fomente iniciativas de defesa dos estudantes em casos de aplicação de formas destoantes às normas e orientações legais de ensino por parte das instituições.
Políticos de todo o Brasil também se mobilizam para evitar esse atentado contra a língua portuguesa, um patrimônio cultural que marca a identidade do nosso povo. Não podemos mudá-la pensando somente em uma minoria.
Tenente Coimbra, deputado estadual
Matéria original: Diário do Litoral