Deputado Tenente Coimbra recuperou toda a história das indústrias existentes na cidade
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) está analisando o projeto de lei nº 46/2024, do deputado estadual Tenente Coimbra (PL), que declara o município de Catanduva como a “Capital Estadual do Ventilador”. A proposta passou pelo crivo da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, tendo recebido parecer favorável, mas não tem data para votação.
Ao compor o projeto, Tenente Coimbra fez uma verdadeira jornada histórica sobre as indústrias de ventiladores de Catanduva. Ele relembrou que a primeira fábrica da cidade surgiu com Abel Patriani, no final dos anos 1950, quando foi desenvolvido um ventilador com dois pequenos motores da marca Veg ou Brasil, nos quais foram adaptadas hélices.
“Eram pequenos, barulhentos e lembravam dois aviõezinhos ventilando o ambiente e girando lentamente num mesmo eixo”, relembrou o parlamentar.
Na década seguinte, Raul Elias, outro precursor, teve a ideia de inverter o motor de uma enceradeira, adaptando três pás. “Nascia então, no início dos anos 60, o primeiro ventilador de teto do país, e com grande êxito, foi instalada uma das primeiras indústrias do ramo, a Raul Elias Indústria e Comércio, comercializando à época os ventiladores da marca Vent-lux.
Na mesma época, segundo recuperou Tenente Coimbra, o primo de Raul Elias, de sobrenome Novelli, fundou outra empresa de ventiladores com seus filhos, aperfeiçoando o modelo com uso do motor da geladeira Climax Primavera, fabricada por empresa de São Carlos. A Novelli, pioneira na produção do novo modelo, tornou-se a maior indústria de ventiladores do país.
Ao longo dos anos, o motor de geladeira acabou substituído por outro, sem correia e mais simples, criado pelo catanduvense Anizio Zuchetto e que, para Coimbra, precisa ser reconhecido como “o pai do ventilador de teto” – já que o motor criado por ele revolucionou o mercado.
No final de 1969, surgiu outra empresa fundada pelos irmãos Lorensini, a Loren-Sid, que passou a fabricar modelos mais simples semelhantes aos de Abel Patriani, assim como outros mais modernos como os da Novelli. Com investimentos em novas tecnologias, alcançou a liderança no mercado, tornando-se a maior do Brasil, fazendo surgir outras pequenas fábricas na cadeia.
Tenente Coimbra registrou, ainda, que em 1979 foi fundado o Clube do Vento, associação que congregava sete empresas do ramo: Novelli, Loren-Sid, Tron, Primavera, Arbel, Silva e Martinez. “Esse clube funcionou por alguns anos e tinha como propósito trocar informações comerciais e negociar em conjunto a aquisição de matérias-primas e componentes”, relembrou o deputado.
Nos anos 80, os ventiladores ganharam sofisticação com a adaptação de luminárias, tornando-se, também, artigos de decoração e iluminação.
Em 1992, a Novelli passou por dificuldades, dando origem à Venti-Delta, idealizada por Antonio Cesar Trifiglio, sócio da antiga empresa. Hoje remanescem três fábricas na cidade: Loren-Sid, Tron e Venti-Delta, que juntas respondem por mais de 70% dos ventiladores de teto fabricados no país. Para Coimbra, isso justifica a concessão do título de “capital estadual” ao município.