BRASÍLIA — Em meio a uma crise hidríca que deve elevar o preço das contas de luz, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira que o governo não trabalha com a hipótese de racionamento de energia. Albuquerque participou de uma sessão na Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados.
— Nós monitoramos o setor elétrico brasileiro 24 horas por dia, 365 dias por ano. Estamos permanente reunidos, a sala de situação também, que está no Palácio do Planalto, ela trabalha diuturnamente com todos os órgãos para que tenhamos segurança das medidas que estão sendo adotadas e também do controle da ação planejada, ou seja, não trabalhamos com a hipótese de racionamento — afirmou o ministro.
A fala de Albuquerque acontece após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ter falado em racionamento, mas voltado atrás na noite de terça-feira.
Na comissão, o ministro também ressaltou que o governo vem atuando desde o ano passado para evitar falta de energia em 2021. Entre as ações destacadas, Albuquerque citou a tentativa de antecipar o funcionamento de usinas e linhas de transmissão em construção, gestão para garantir combustível para as usinas e um programa para redução de cunsumo de energia pelas indústrias nos horários de pico.
— Estamos antecipando dentro do possível a entrada em operação de determinadas usinas que serão importantes para manutenção dos nossos reservatórios e para que nós cheguemos ao final do ano em melhores condições — disse.
Bandeiras: Taxa extra cobrada na conta de luz deve subir mais de 60% a partir de julho
Atualmente, governo tem adotado as usinas termelétricas, que são mais caras e mais poluentes. Na última terça-feira, essas usinas bateram recorde de geração de energia.
O ministro também comentou sobre a privatização da Eletrobras, aprovada na terça-feira pelo Congresso Nacional. Segundo Albuquerque, a privatização, com o pagamento de outorgas e os recursos de Itaipu transferidos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), podem levar a um alívio tarifário de 1,1% para o consumidor.
Matéria original: O Globo