O Hospital Guilherme Álvaro em Santos, no litoral de São Paulo, passou a oferecer cirurgias bariátricas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se tornando referência regional para esse tratamento. Os pacientes SUS candidatos a essa cirurgia deverão procurar as unidades básicas de saúde do seu município para iniciarem o protocolo de preparo e serem encaminhados ao HGA para o procedimento.
“O ambulatório já começou a funcionar na semana passada”, destaca a diretora do Hospital Guilherme Álvaro e também coordenadora do serviço, Mônica Mazzurana, em entrevista ao G1 nesta terça-feira (17).
De acordo com ela, é no ambulatório que o paciente faz os procedimentos pré-operatórios, que envolvem uma série de exames, e acompanhamento e preparo com equipe multidisciplinar. “A primeira cirurgia ainda será realizada, como há todo um preparo antes do procedimento, acredito que em dois meses operaremos o primeiro paciente”, acrescenta Mônica.
Conforme divulgado pelo hospital, estima-se que possa existir em torno de 36 mil pessoas elegíveis ao procedimento cirúrgico na Baixada Santista e, até o momento, não havia nenhum hospital credenciado para fazer cirurgia bariátrica pelo SUS na região.
Podem fazer a cirurgia bariátrica os paciente considerados obesos graves ou obesos mórbidos que, por definição, são os indivíduos que tem um IMC maior que 40 ou IMC maior que 35 associado a alguma doença, entre elas pressão alta, diabetes, gordura no fígado, apneia do sono, infertilidade, entre outras várias (são 21 doenças listadas pela SBCBM).
A unidade hospitalar destaca que a obesidade grave impacta nos diferentes contextos incluídos na definição de saúde, já que pode desencadear várias doenças graves, como problemas cardíacos, diabetes, problemas articulares, tromboses, infertilidade e câncer, podendo levar a perda de até 10 anos de expectativa de vida. Além disso e, por muitas vezes, a consequência mais grave, é o impacto na redução da qualidade de vida e nas dificuldades encontradas nas relações psicoafetivas.
De acordo com a diretora do hospital, a ideia é habilitar esse serviço junto ao Ministério da Saúde. “Então, no mínimo, temos que fazer oito cirurgias por mês, mas, pretendemos fazer 16. Se o paciente é um obeso mórbido e precisa do serviço, o atendimento começa nos municípios. É pelo município que ele será encaminhado para fazer a cirurgia no hospital”, explica.
Para o desenvolvimento desse serviço, o HGA informa que contou com o apoio da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que o acolheu como prioritário e fez os investimentos necessários para reformas e equipamentos que são necessários para realização dessa cirurgia, e com apoio do deputado estadual Tenente Coimbra (PSL).
“Nós somos o primeiro hospital da região a oferecer esse serviço pelo SUS, o que para nós é a realização de um sonho. Porque poder ofertar no SUS um tratamento que permite devolver expectativa de vida aos nossos pacientes é muito importante. A obesidade grave aumenta o risco de problemas cardiovasculares, diminuindo a expectativa de vida dos pacientes, então não é uma cirurgia estética, mas sim um procedimento que envolve saúde e qualidade de vida”, destaca Mônica.
Matéria Original: G1