O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o auxílio emergencial será prorrogado por mais dois ou três meses. “O auxílio emergencial será retirado provavelmente em dois ou três meses; iremos provavelmente renovar pelos próximos dois meses”, frisou em evento do Bradesco BBI.
Segundo ele, os governadores informaram que até o fim de setembro toda a população adulta estaria vacinada, ou seja, o benefício poderia ser pago até setembro e se necessário prorrogado por mais um mês.
“Todos os governadores estão dizendo que população adulta estará vacinada até o final de setembro; então a pandemia deverá estar controlada. Se não estiver, estenderemos de novo [auxílio emergencial]”, destacou.
Segundo o ministro, a prorrogação por dois meses do auxílio emergencial custaria R$ 18 bilhões. Como há uma sobra de R$ 7 bilhões que não deverá ser gasto da rodada anterior, Guedes disse que seria necessário um crédito extraordinário de R$ 11 bilhões. A decisão de o auxílio emergencial, que termina em julho, ser renovado por mais dois ou três meses será uma decisão do presidente Jair Bolsonaro.
Guedes disse ainda que o país está em situação mais confortável hoje do que há um ano ou dois anos. “Ficou clara na pandemia a enorme desigualdade social. Não vi programas melhores que os nossos”, comentou.
Ele destacou que foram mantidos os sinais vitais da economia funcionando e economia voltou. “Entendemos que há linha evolucionária de programas sociais e vamos seguir as mesmas linhas. Temos 2 orçamentos, um é da pandemia, que são de despesas temporárias”, afirmou.
Guedes disse ainda que as reformas administrativa e tributária também devem avançar no Congresso nos próximos 3 ou 4 meses. “Será uma reforma tributária simplificada”, disse em evento do Bradesco BBI. Guedes voltou a dizer que eleição da presidência da Câmara foi importante para avanço das reformas, assim como para aprovação de projetos como a autonomia do Banco Central, PEC Emergencial e novos marcos regulatórios.
O ministro repetiu que, desta forma, uma recuperação cíclica baseada em consumo se transformará em retomada sustentável. “Nossas reformas estruturantes irão destravar essas ondas de investimentos”, disse, acrescentando que o país também está avançando com privatizações e citou Correios e Eletrobras.
Segundo Guedes, as perspectivas para a economia brasileira “são muito interessantes, muito favoráveis” e que estão sendo criados empregos em todo o país. O ministro voltou a dizer que o Brasil tem a energia mais limpa do mundo. “É verdade que temos problema com desmatamento ilegal, estamos conscientes”, destacou.
O ministro disse que está “fazendo abertura unilateral e também estamos conversando com parceiros do Mercosul”. Também estão sendo concluídas as medidas necessárias para acesso à OCDE, acrescentou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a criação do Fundo Brasil com recursos das privatizações de empresas estatais como forma de atender os mais pobres. Ele afirmou que o governo não se envergonha do programa de privatizações e gostaria de vender todas as empresas.
Guedes aproveitou para repetir que nunca prometeu reduzir o déficit primário do país a zero. Ele destacou que esse era um desejo. Para o ministro, é preciso pensar na venda de empresas para destinar recursos ao fundo para reduzir a pobreza.
Sobre a prorrogação do auxílio emergencial por mais dois ou três meses, disse que, depois dessa renovação, a ideia é aterrissar no novo programa social, que deverá ser um programa conservador e evolucionário. “Devemos ter mais gente dentro e mais dinheiro”, contou, acrescentando que tudo será feito dentro do Orçamento, respeitando o teto de gastos.
O ministro afirmou ainda que “não gastem nem uma noite preocupados conosco descuidando do lado fiscal, porque tem eleição no ano que vem”.
Matéria original: Valor Investe