BRASÍLIA — O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que as Forças Armadas irão retornar à Amazônia para auxiliar no combate ao desmatamento. De acordo com Mourão, o presidente Jair Bolsonaro autorizou uma nova operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que deve ser iniciada na próxima semana e durar dois meses.
A decisão ocorre após três meses seguidos de desmatamento recorde na região. Essa será a terceira GLO ambiental realizada no governo Bolsonaro. A primeira foi feita entre agosto e outubro de 2019, e a segunda ocorreu entre maio de 2020 e abril de 2021.
Mourão, que é presidente do Conselho da Amazônia, disse que a operação deve custar cerca de R$ 50 milhões, valor que já teria sido autorizado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
— Está autorizada pelo presidente. Conversei com o presidente ontem Ele autorizou. Nós já estamos fechando o planejamento. Falei com o ministro Paulo Guedes. O recurso é em torno de 50 milhões para fazer isso pelos próximos dois meses, ele disse que isso não é problema — disse o vice-presidente, ao chegar no Palácio do Planalto.
Mourão admitiu que a duração estipulada pode não ser suficiente e alertou para a chegada da época de queimadas:
— Pode ser que não seja (suficiente). Agora vamos entrar na questão das queimadas.
Como o GLOBO publicou , com chuvas muito aquém do esperado em algumas regiões do bioma entre dezembro e abril, e o desmantelamento da fiscalização, a Amazônia pode ter uma temporada histórica de queimadas. Mais de 5 mil km² de floresta desmatada no ano passado pode ser destruída pelas chamas até o final do ano, diz o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Mourão ressaltou que precisa de uma cooperação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Como o GLOBO mostrou, o relatório de primeiro ano de funcionamento do Conselho da Amazônia registrou “dificuldade de relacionamento” com os órgãos civis que participam das operações.
Além disso, o vice-presidente reclamou, há duas semanas, da ausência de representantes do Ministério do Meio Ambiente na última reunião do Conselho da Amazônia.
— Eu preciso que o Ibama e ICMBio cheguem junto. Se eles não chegarem junto, não tem sucesso. Preciso que eles trabalhem bem junto com a gente.
Matéria original: O Globo