Gestão compartilhada entre militares e professores vem rendendo bons frutos em locais onde o índice de criminalidade impede o desempenho dos alunos e dos próprios docentes .
Modelo presente em mais de 120 municípios brasileiros, a gestão compartilhada entre militares e professores vem rendendo bons frutos em locais onde o alto índice de criminalidade e violência impede o desempenho dos alunos e dos próprios docentes. A presença de militares – responsáveis pela parte administrativa e disciplinar –, em conjunto com os professores – que continuam encarregados por toda a parte pedagógica –, renovou as esperanças nesses ambientes.
As escolas públicas militarizadas já transformaram a realidade de diversas comunidades em nosso país. O maior exemplo é o Estado de Goiás, onde, das dez escolas estaduais mais bem colocadas no ENEM de 2017, seis eram militares. Ainda no estado goiano, em Anápolis, em apenas dez anos, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás Dr. Cezar Toledo saltou de 4,7 para 7,5 – entre 2007 e 2017. “Essa escola forma as demais escolas militares de Goiás”, afirmou a secretária de Educação do Estado, Fátima Gavioli.
Já em Manaus, na Escola Estadual Professor Waldocke Fricke de Lyra, nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 6º ano), a média passou de 3,3 para 7,7. Nos anos finais (7º ao 9º ano), foi de 3,1 para 6,0. O índice de reprovação, de 15,2% em 2012, foi zerado no ano de 2014.
Além dos resultados educacionais, o entorno das escolas ganha um reforço na questão da segurança. Uma amostra desse sentimento da comunidade foi a manifestação ocorrida em Manaus contra a saída do então diretor da Escola Waldock Fricke De Lyra, o tenente-coronel Caldas.
Na semana passada, protocolamos a Frente Parlamentar pelas Escolas Militares no Estado de São Paulo, com o intuito de discutir mais a fundo esse tema, principalmente, em quais locais e como implementar esse tipo de modelo em nosso estado da melhor maneira. Sabemos que determinados municípios e regiões têm mais urgência em receber essas escolas em um primeiro momento, contudo, vamos dialogar sobre uma ampliação desse padrão de sucesso.
As escolas militares são uma medida colaborativa para que a educação possa se desenvolver em áreas carentes e dominadas por altos índices de violência e criminalidade, e que, por conta disso, não obtêm performances positivas no ensino e possuem altas taxas de evasão escolar. Seu foco principal não é tão somente a segurança, embora, intrinsecamente, traga isso consigo. O objetivo é resgatar comunidades onde a educação está abandonada e, de forma prática, trazer um novo horizonte na vida das crianças e da própria população.