Em meio a uma onda de quebradeira de empresas, demissões e prejuízos impulsionados pela pandemia, para algumas pessoas, a necessidade de isolamento social, imposta para o controle da Covid-19, causou o efeito contrário. Elas conseguiram crescer no mercado, conquistar novos clientes e até contratar e ampliar a equipe no último ano.
Nem o mais experiente dos executivos podia imaginar qual seria o seu maior desafio de gestão. Uma pandemia sem precedentes, causada por um vírus transmitido por vias respiratórias, abalou as convicções e ideias pré-concebidas. O mundo foi obrigado a se distanciar. E, com isso, os negócios precisaram ser repensados para se adequar ao novo momento.
Quando se fala em reinvenção, a pandemia equilibrou esse desafio para as pequenas ou grandes empresas, mas, o espírito empreendedor se destacou em ambas ao se reinventarem.
Se pudéssemos definir os anos de 20 e 21 em uma palavra, certamente seria: “atípico”. A pandemia do novo coronavírus desencadeou uma crise econômica global sem precedentes e obrigou todos os setores a se reinventar para sobreviver. Enquanto milhares de empresas quebraram diante das dificuldades financeiras, algumas, por sua vez, conseguiram crescer ainda mais, mesmo em um cenário marcado por incertezas e se tornar verdadeiros casos de sucesso.
O peso do e-commerce nesse resultado é inegável: a fatia do faturamento representada pelas vendas online saltou de 30% para 70% com a quarentena.
Com o crescimento expressivo das vendas on-line na pandemia, o Mercado Livre, por exemplo, maior portal de comércio eletrônico do Brasil, bateu recorde de vendas no terceiro trimestre de 2020. O volume de vendas registrado pela empresa entre julho e setembro chegou a US$ 5,9 bilhões, enquanto o total de usuários ativos cresceu 92,2%.
Além do e-commerce, outro setor que não teve do que reclamar durante a pandemia foi o de delivery. Entre março e agosto, o número de restaurantes cadastrados no iFood cresceu praticamente 50%. Em agosto, o iFood atingiu a marca histórica de 236 mil restaurantes na plataforma, em mais de mil cidades, e 44,6 milhões de pedidos.
A principal lição é a atenção especial às estratégias de marketing digital e e-commerce. Marcas tradicionais e pequenos empreendedores que, até então, eram reticentes em mergulhar de vez no comércio on-line e investir nas plataformas digitais, tiveram que se adaptar e notaram que o jogo mudou.
Informação e planejamento são as palavras-chaves para quem decide empreender, seja por necessidade ou por oportunidade de negócio. Saber se reinventar foi necessário e os brasileiros tiraram de letra, algumas portas se fecharam, mas outras se abriram e vão se manter assim, as mudanças vieram para ficar. As pessoas já se adaptaram a esse “novo” jeito de comprar.
Matéria original: A Tribuna