A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) ingressou na Justiça com ações civis públicas em 26 Estados, mais o Distrito Federal, e nos 275 municípios em que tem associados. Os alvos: prefeitos e governadores. Conforme a entidade, os processos reivindicam reparação dos governos em razão dos lockdowns.
“O Estado impôs uma regra, o fechamento, e essa imposição trouxe perdas. Então, ele é responsável”, declarou Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na quinta-feira 10, ao mencionar que o próximo passo será pôr em xeque a cobrança de impostos durante o confinamento.
O mais recente levantamento realizado em maio pela Abrasel estima que 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam no país devido à crise econômica provocada pelas medidas restritivas. O Brasil tinha cerca de 200 mil estabelecimentos desse tipo antes da epidemia de coronavírus; hoje, tem 120 mil.
Em regiões com grande concentração de escritórios, o isolamento e o grande número de pessoas em home office reduziram o movimento nos estabelecimentos. Segundo a Abrasel, os restaurantes por quilo ou self-service, que tinham grande procura antes da crise, atualmente têm menos de 10% do movimento pré-pandemia.
Na capital paulista, 12 mil bares e restaurantes deixaram de existir desde que o coronavírus desembarcou no Brasil. Antes de as autoridades decretarem o “fique em casa”, o setor contabilizava 1,8 milhão de empregados. Agora, os registros mostram que 400 mil pessoas perderam seus postos de trabalho.
Matéria original: Revista Oeste