O avanço da covid-19 na população da Baixada Santista será mapeado, até o dia 10 de maio, por um estudo epidemiológico coordenado pelas universidades locais. Dez mil testes rápidos serão aplicados para estimar a proporção de casos de infecção e comportamento viral do novo coronavírus na região.
O resultado pode sinalizar a flexibilização das regras da quarentena para alguns segmentos econômicos. A aplicação do estudo científico ficou definida na manhã de ontem, durante a oitava reunião do Comitê Metropolitano de Contingenciamento do Coronavírus na Baixada Santista.
No encontro, os gestores das cidades locais também acataram a decisão do governo do Estado, que na última sexta-feira prorrogou a quarentena até 10 de maio. A medida tem por objetivo evitar colapso do sistema público de saúde.
Anticorpo
Segundo o prefeito de Santos e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), o estudo epidemiológico vai mapear a parcela da população que já foi exposta à covid-19 e que desenvolveu anticorpos que combatam a doença – e como eles foram criados pelo organismo.
“Vamos realizar a aplicação de testes em massa. O objetivo é rastrear o vírus e avaliar a sua circulação na Baixada Santista para saber o nível de contaminação. Teremos dados científicos para nos auxiliar na tomada de decisão (sobre abertura do comércio). Não serão as opiniões dos prefeitos ou de segmentos da sociedade, mas levantamento técnico e baseado no comportamento do coronavírus”, destaca Barbosa.
Com o resultado, será possível criar políticas públicas eficientes e baseadas em critérios científicos. O levantamento ocorrerá em conjunto nas nove cidades, de forma proporcional com recortes da população por localidade, sexo e faixa etária.
A pesquisa será realizada com testes rápidos, a serem solicitados ao Ministério da Saúde. Já a formalização do acordo com as universidades locais deverá ser feito nessa semana, diz Barbosa.
O estudo é similar ao projeto-piloto desenvolvido desde o começo no mês pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul. Com isso, espera-se identificar a velocidade em que o vírus está se alastrando na região, por meio da comparação ao longo do tempo.
Também o percentual de pacientes na região e a porção de infectados que não desenvolveram sintomas. O mapeamento da população que já está imune ao vírus dá ferramentas para que as secretarias municipais possam redistribuir leitos e testes nos locais com maiores possibilidades de aumento de casos.
A intenção é que o mapeamento seja finalizado antes do término da atual quarentena no Estado. Com os resultados, será possível calcular a letalidade da doença e definir um cronograma de reabertura das atividades econômicas. “Estaremos diante de um novo mundo, que vai exigir da sociedade e dos empresários a adoção de medidas rígidas para evitar aglomeração nesses locais”, continua o prefeito santista.
Reforço nos caixas
Os prefeitos também decidiram manter o isolamento social por mais 18 dias. A quarentena – prevista para se encerrar na próxima quarta-feira – vale, agora, até o dia 10 de maio. Barbosa destaca que, nesse período, serão estudadas medidas para o retorno das atividades comerciais.
Deliberaram, ainda, distribuição dos recursos do Fundo Metropolitano para as ações da covid-19. O pedido será formalizado ao governo do Estado, gestor dos recursos de interesse regional. Podem ser distribuídos R$ 9 milhões conforme a quota-parte da cidade.
FONTE: A TRIBUNA