Na tarde de uma quinta-feira, um terremoto atingiu o país deixando mais de 200 mil mortos, 300 mil feridos e 1,5 milhão de desabrigados, entre eles, militares brasileiros que participavam de missões na região
O dia 12 de janeiro de 2010 marcou a história das tropas do Exército Brasileiro que realizavam uma missão de paz no Haiti. Neste dia, 18 militares perderam suas vidas durante um terremoto de magnitude 7 que devastou a capital Porto Príncipe, provocando uma crise humanitária sem precedentes. Além deles, outros quatro brasileiros também morreram, entre eles, a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.
Na época, as Forças Armadas comandavam a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, conhecida como MINUSTAH. Ela foi criada em 2004 para conter uma guerra civil.
Na tarde de uma quinta-feira, um terremoto atingiu o país deixando mais de 200 mil mortos, 300 mil feridos e 1,5 milhão de desabrigados, entre eles, militares brasileiros que participavam de missões na região. Milhares de edifícios foram completamente danificados, incluindo o Palácio Presidencial, o prédio do Parlamento e a sede da MINUSTAH. A tragédia deixou um rastro desolador de destruição e miséria no Haiti.
Coronel Emilio Carlos Torres dos Santos; Coronel João Eliseu Souza Zanin; Tenente-coronel Marcus Vinícius Macedo Cysneiros; Major Francisco Adolfo Vianna Martins Filho; Major Marcio Guimarães Martins; 1º Tenente Bruno Ribeiro Mário; Subtenente Raniel Batista de Camargos; 2º Sargento Davi Ramos de Lima; 2º Sargento Leonardo de Castro Carvalho; 3º Sargento Rodrigo de Souza Lima; Cabo Ari Dirceu Fernandes Júnior; Cabo Washington Luiz de Souza Seraphim; Cabo Douglas Pedrotti Neckel; Soldado Antonio José Anacleto; Soldado Tiago Anaya Detimermani; Soldado Felipe Gonçalves Júlio; Soldado Rodrigo Augusto da Silva; e o Soldado Kleber da Silva Santos, tiveram suas vidas interrompidas no cumprimento de seus deveres.
Os heróis que participaram da última missão de suas vidas serão eternamente lembrados e honrados com muito carinho. Por isso, todos os anos, os homenageamos pelos seus feitos valorosos. Afinal, deixaram suas famílias, sua pátria, para ajudar uma população estrangeira que enfrentava graves problemas econômicos, sociais e políticos.
A participação das tropas brasileiras foi muito importante antes e depois da catástrofe. Os militares sobreviventes permaneceram no Haiti liderando as ações de resgate, de assistência humanitária, além de auxiliarem na reconstrução das regiões mais afetadas. Aproximadamente 40 mil vítimas foram atendidas pelos nossos guerreiros e toneladas de mantimentos foram distribuídos.
Em outubro de 2017, após 13 anos de muito trabalho e dedicação, a MINUSTAH foi oficialmente encerrada com os objetivos cumpridos, segundo a ONU, e as equipes puderam retornar ao Brasil.
O Exército Brasileiro não mede esforços para colaborar onde for preciso. A atuação no Haiti foi reconhecida mundialmente e é motivo de muito orgulho para todos os brasileiros. E assim como aconteceu lá, nossos heróis demostram todos os dias que estão ao lado do povo garantindo a segurança, salvando vidas e agindo em todas as situações possíveis.
Esses homens e mulheres são exemplos de luta, comprometimento e amor à pátria, tornando nosso país mais forte. A todos, meu eterno agradecimento e respeito.
Matéria Original: Gazeta de São Paulo