Operação teve como alvo ex-parlamentares pró-democracia e jovens ativistas envolvidas em organização de primárias não oficiais para escolher candidatos para eleições legislativas.
Cerca de 50 membros da oposição foram presos nesta quarta-feira (6) em Hong Kong, sob a lei de segurança nacional. Foi a maior operação até agora contra críticos do governo da China.
A operação teve como alvo ex-parlamentares pró-democracia, como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, além de ativistas mais jovens. Duas delas confirmaram as prisões no Facebook: a ex-jornalista Gwyneth Ho, de 30 anos, e a vereadora Tiffany Yuen, de 27.
Pessoas próximas de Joshua Wong – uma das figuras mais conhecidas do movimento pró-democracia e que atualmente está preso – relataram em sua conta no Facebook que a casa dele foi vasculhada durante a operação.
A polícia de Hong Kong não respondeu a perguntas sobre a operação, o número de pessoas presas ou os motivos das detenções.
Já a oposição afirmou que as prisões estão relacionadas às primárias organizadas por partidos pró-democracia no ano passado.
Mais de 600 mil cidadãos de Hong Kong votaram nessas primárias não oficiais, que tinham o objetivo de escolher candidatos para as eleições legislativas do território, em uma assembleia em que apenas metade dos 70 assentos são eleitos pelo povo.
A campanha tentava conquistar todos os 35 assentos eleitos pelo voto popular e obter a maioria na legislatura pela primeira vez.
Autoridades de Pequim alegaram que fazer campanha por uma maioria era “subversão”, citando a nova lei de segurança, imposta em junho de 2020 em resposta às grandes e violentas manifestações de 2019.
A União Europeia exigiu, nesta quarta-feira, a “libertação imediata” dos cerca de 50 opositores detidos em Hong Kong, e informou que analisa possíveis sanções contra a China por conta da sua intervenção neste território semi-autônomo.
“Pedimos a libertação imediata dos presos”, disse Peter Stano, porta-voz diplomático do bloco. “Vamos reagir à aplicação da lei de segurança para sufocar a oposição com sanções, se assim for aceito pelos países membros da União Europeia.”
Matéria original: G1 Mundo